"Tal vez el Edén, como lo quieren por ahí, sea la proyección mitopoyética de los buenos ratos fetales que perviven en el inconsciente. " Así habló Cortázar.

16 noviembre 2012

A ignorância como capital (6,7,8N e 8TN)

Insisto, não acredito neles, e como eu acho necessário, vou espraiar um pouco mais as razões da minha descrença:
Embora a objetividade não exista como tal na expressão humana direta (e isso não sou eu que digo, mas a Antropologia Social em um eterno debate jamais resolvido), ou seja, se no diálogo entre duas pessoa  a voz sempre imprime alguma subjetividade, ela é muito menor que a que a que subjetividade que inevitavelmente vaza na comunicação mediada , porque ali se soma a esta outra mais poderosa, que responde à interesses econômicos que são os que, em última análise, ditam o caminho de todos os discursos midiáticos.  Mesmo neste cenário acho que  se pode buscar algum resquício de objetividade, mas dificilmente ele será encontrado no que se vê ou se ouve no Clarín ou no 6,7,8.
Mas eu tenho que ser justo, já que escrevi um texto que me valeu algumas críticas e o seguinte elogio: “Que elegante esporro". Então, como apontei, principalmente, os meios de comunicação de cada lado desta guerra, à propaganda de cada facção, devo agora ao menos enumerar as características da cobertura da manifestação que cada um dos dois meios fez, e eu vou fazer isso em duas partes:

Transmissão real e transmissão codificada

O Grupo Clarín não transmitiu ao vivo à marcha. Durante toda a jornada emitiu imagens produzidas “agora há pouco”, o que vale dizer que cobertura dos fatos foi editada. Por quê? Por medo? Devido à censura de quem? Como resultado o que se viu foram declarações de manifestantes que, apesar de reais, estavam carregadas de um manto de opacidade próprio da edição, em um ato cívico que pedia outra coisa.
A TV pública pôs uma equipe jornalística que, ao vivo, transmitiu os fatos. A jornalista Cynthia García perguntava aos cidadãos porque haviam se juntado à manifestação e seguia inquirindo-os, buscando solidez nas explicações apresentadas.
O resultado foi que alguns manifestantes apresentaram argumentos sólidos para sua decisão de sair às ruas para reclamar, a jornalista não lhes tirou o microfone e, em geral, os próprios manifestantes terminaram felicitando a equipe pelo seu trabalho. Muitos outros se basearam em slogans vazios que mais pareciam discursos que, repetidos até a exaustão, vão se transformando em verdades para que os dizem. Outros preferiram a violência como declaração, verbal, em muitos casos, e física em outros (entre esses se pôde ver alguns militantes que obedeciam a de Pando, ativista de extrema direita).

O povo ignorante como arma máxima

Creio que 6,7,8 transmitiu ao vivo porque estava consciente de que as pessoas que marchavam o fazia por distintos motivos, gerando uma massa heterogênea sem voz clara e sem representação. Nesse cenário quem saiu à rua com consignas e argumentos claros se perdeu na maré de ignorância e da reclamação incerta, e foi ainda mais submerso pela violência cega de certos manifestantes, alguns deles seguidores da agrupação de Pando, (visivelmente drogados) que ao grito de “Viva!” confraternizavam com os “companheiros” caídos durante governo “dela”. O programa da TV pública espremeu ao máximo os casos de ignorância reinante em um grande número de manifestantes com o simples e lícito ato de abrir-lhes o microfone.

Da sua parte, Clarín, temeroso de que essa ignorância pusesse em evidência o que havia de duvidoso em muitas das reclamações, não se arriscou a transmitir ao vivo. Em vez disso, como eu já disse, transmitiu com atraso suficiente para a “atualizar” a ignorância que muitos manifestantes cuspiam, segundo as conveniências. Mas não só essa omissão da voz autêntica é o uso, passivo, que Clarín deu à incultura popular. O Grupo também fez e faz uso ativo dela, demostrando nas repetições maquinais das pessoas denúncias feitas, por Lanata, por exemplo, no passado, das quais Clarín teve que se retratar por serem dados falsos ou manipulados. Também Beatriz Sarlo, no La Nación, criticou que a jornalista de 6,7,8 por questionar os manifestantes, marcando ela, ao programa e ao governo de pedantes.  Em um desses casos de pedantismo a jornalista pergunta a uma mulher porque estava ali, e ela diz que entre outras coisas para recuperar à liberdade jurídica, ao que Cynthia pergunta o que é a liberdade jurídica. Em resposta a mulher lhe diz que não é advogada e não sabe o eu é.
Uma e outra facção utilizou essa ignorância em seu próprio benefício, e ambas usaram a técnica de cobertura que melhores resultados lhes podia dar, ou que consequências menos prejudiciais lhes provocariam. A grande diferença é que entre uma e outra utilização, sem dúvida, a que mais se aproxima a produção de informação verdadeira é aquela que permite dizer e não esconde, a que mostra e não omite.


Eu digo que quando foi perguntado às pessoas, em 2001, por que elas estavam na rua batendo em panelas as respostas, todas elas foram naturais, autênticas, unânimes e concluintes. Algo muito diferente ocorreu quando, nesse 8 de novembro, a TV pública abriu o microfone e quando Clarín o codificou. A ignorância responde, entre outras coisas, à falta de preparo, à falta de recursos, à impossibilidade de educar-se e, apesar de em 2001 as pessoas que se manifestaram provinham dos extratos mais baixos, dos mais castigados, enquanto que agora as vozes foram principalmente da classe média, daqueles que contaram com mais recursos para combater esse flagelo. Esta contradição vem dizer que a verdade, quando está na cara, é iniludível e que a incultura, a negação e a manipulação da informação são, independente da sua procedência ou causa, ativos que dão muito, muito caldo, sendo a ignorância e sua utilização um dos capitais mais frutíferos que existem.
Está claro que um grande número de argentinos tem que lidar com numerosos inconvenientes e injustiças, isso aconteceu historicamente e a atualidade não é exceção, mas o que aconteceu neste 8 de novembro não é o caminho. A presidenta sabe disso e já declarou que é seu desejo que os desconformes tenham uma plataforma de representação política, mas também sabe que é improvável a sua aparição, por isso o declara e esta certeza imprime aos seus argumentos uma enorme confiança. Eu também creio nessa afirmação, considero a consolidação dessa representatividade de suma urgência, e suspeito de sua probabilidade. A diferença e que isto não me produz nenhuma confiança, pelo contrário. E seu tenho uma certeza é a que me dita minha ignorância atacada, os valores e conhecimentos que durante a vida me foram diminuindo minha incultura. E essa certeza me diz que essa representação não é, nem pode ser, embandeirada pelo Grupo Clarín.

Tradução de Juan Nahuel

15 noviembre 2012

A difamação da panela


A panela foi sempre um artefato de vital importância na minha vida. Por tudo o que representa, por ter sido sempre o símbolo do que eu sempre tive que bancar, para garantir que a família pudesse comer. Meus velhos, nos meados dos anos oitenta, se encontraram muito mais de dez vezes apenas com farinha, sal, tomate e o fogo de um forno de barro para encher a nossa panela, a memória que enche o meu peito de orgulho. Em 2001, a panela foi a estrela da manifestação mais espontânea do povo argentino, pessoas sem mais (nem menos) do que o seu poder de pressão, causada por funda raiva e profunda vergonha, fome e dignidade, foram às ruas e marcharam tendo as panelas como bandeiras, panelas vazias como tambores, panelas cheias de raiva, como escudos honrados contra a impotência.
Eu me lembro da cara e das palavras de uma mulher que entre panelaço e panelaço declarou frente às câmeras de Pino Solanas: "... pelo menos eu desafogo com a panela, a panela que fez purê para meus filhos... Para que cada vez que a veja saiba que, se me roubam, me roubam porque eles são uns sem-vergonhas , mas eu lutei pelos meus direitos ... "
Desde esse dezembro a panela tornou-se uma poderosa arma revolucionária, sentou precedente, deu a volta ao mundo e mudou a história.

Hoje, 08 de novembro, a panela saiu às ruas novamente. Nem preciso mencionar as diferenças entre uma situação e outra. Eu não acredito no Clarín, nem no 6, 7, 8, embora eu deva admitir que pelo último eu tenho alguma simpatia, e pelo primeiro nenhuma. Não acredito neles porque a Argentina vive uma guerra entre o governo e o monopólio do grupo Clarín, e nas guerras se há algo que é difícil de encontrar é a objetividade.
É claro que eu tenho uma postura tomada e firme nessa disputa, se Clarín reage diante de um "ataque" do governo, que tenta emendar uma lei que garanta a pluralidade e a transparência das vozes e imagens mediadas, se Lanata declara: "... Eu me pus sempre ao lado do mais fraco, e o mais fraco é o Clarin ...", se esta luta ocorre em um momento em que o meu país é claramente melhor do que anos atrás, se este confronto demonstra como cada lado é e quais são os interesses que cada um deles persegue... Enfim, considerando o curso da água, de que lado vou ficar? Eu tenho isso claríssimo, mas sou uma pessoa limitada e conheço, ou acho que conheço, minhas limitações. E já que eu não conto com as armas culturais para fazer uma análise minuciosa, bem como, insisto, não acredito que nem no Governo nem no Clarín, eu não vou entrar em camisa de onze varas.

No que eu acredito, ainda acredito, e nas pessoas. As escuto e presto atenção, na TV, as leio e analiso nas redes sociais, as observo e examino nas ruas. Eu escuto os K e aos e anti-K, escuto e aprendendo, e escuto também àqueles que não estão em nenhum dos lados, que estão no meio da rua, que não forçam para nenhum dos lados, ou se forçam, forçam pra frente. Acredito em todos eles, nos K, nos anti K, e principalmente nos que estão no meio, que são os que eu mais gosto. Acredito em todos porque todos dizem a verdade, cada um a sua, e com todas essas verdades armo a minha.
E com essa verdade que eu acredito, claro, na panela. Aquela panela que meus pais encheram com esforço, a que mudou a história, e que hoje saiu às ruas novamente, desta vez sem repressão, no meio de uma democracia real . Ela, que se encheu de prestígio nos anos oitenta, graças aos esforços de minha família, e, em 2001, graças a essa mulher que eu vi na TV, graças a todo um povo. Na panela eu acredito, essa panela eu amo, eu quero panela.
Celebro as manifestações, as respeito, até as de hoje. Aplaudo aos povos que cobram de seus governos, pois nosso papel é exigir e o deles é cumprir. Mas temos de ter cuidado com a panela, a panela é bandeira que não se mancha e eu acho hoje a estão desprestigiando, temo que estejam se fazendo, sem saber, uma armadilha de panelas.

Tradução de Juan Nahuel

13 noviembre 2012

6,7,8N y 8TN (La ignorancia como capital)

Insisto, no les creo, y como siento que hace falta, me explayaré un poco más en los motivos de mi incredulidad:
Si bien la objetividad no existe como tal en la expresión humana directa (y esto no lo digo yo sino la Antropología Social en un eterno debate jamás resuelto), es decir en la interlocución entre dos personas, ya que siempre se le imprime a la voz cierta subjetividad, y mucho menos en la expresión mediatizada porque a esa subjetividad inevitable se le suma otra más poderosa que responde a los intereses económicos que son los que en definitiva marcan el camino de todos los discursos mediáticos, aún en este escenario creo que se puede buscar en las expresiones algún atisbo de objetividad, pero difícilmente esto suceda en lo que se puede ver o escuchar en el caso de Clarín y 6,7,8.
Sin embargo debo ser justo, ya que escribí un
texto que me valió algunas críticas y el siguiente elogio: “Qué elegante cagada a pedos”. Así, como le apunté principalmente a los medios de comunicación de cada bando en esta guerra, a la propaganda de cada facción, debo ahora al menos enumerar los rasgos de la cobertura de la manifestación de uno y otro medio, y lo haré con dos apartados:

09 noviembre 2012

La difamación de la Cacerola

La cacerola siempre fue un artefacto de vital importancia en mi vida. Por lo que representa, porque la cacerola o la olla es lo que siempre hubo que parar, bancar, garantizar para que la familia pudiera comer. Mis viejos a mediados de los ochenta se encontraron más de diez veces con harina, sal, algún tomate y el fuego de un horno de barro para parar nuestra cacerola, el recuerdo me rompe el pecho de orgullo. En 2001 la cacerola fue la protagonista de la mayor manifestación espontánea del pueblo argentino, la gente sin más (ni menos) persuasión que la que le provocó la honda rabia y la profunda vergüenza, el hambre y la dignidad, salió a la calle y marchó con cacerolas como banderas, cacerolas vacías como bombos, cacerolas repletas de bronca, como honrados escudos ante la impotencia.

23 julio 2012

La Promesa... (un fragmento)


Tranquilo Fuentes, no sé a que te dedicás vos, pero seguro manejarás información sobre los temas que te competen. Este es mi trabajo y conozco este paño...

Conocía el paño, así lo dijo, acaso era un cancervero de los sentimientos futboleros... Tenía las llaves que abrían los recovecos donde yo guardaba mis dolores más punsantes, el de una tarde en cancha de Racing, cuando el cabezón Allegue cabeceó por encima de nuestro arquero para empatarnos sin merecerlo, cabeceó el muy burro por encima de todos nosotros que en la tribuna hicimos así con las manos para sacarla al corner, hicimos así pero no alcanzó, y este tipo cree que puede venir a España y entrar en ese dolor, que puede proyectarlo en la pared como si fuesen diapositivas fatales... Cómo puede plantarse acá un hombre que ni siquiera me dice su nombre, que quiere que lo llame Jefe, jefe de qué, jefe por qué, y chantarme en la cara que este es su trabajo y que porque sabe sabe, y que como sabe puede, y como puede lo hace, y se mete en mi abrazo, en un abrazo de miles de hinchas, porque si un día viene uno y me dice que yo me acuerdo de vos flaco, aquella tarde que lo bailamos a Huracán de la mano de Miguelito te acordás, llegamos dos puntos abajo y había que ganar y no solo ganamos sino que le dimos un pesto bárbaro, y mirá que ese Huracán jugaba pero nosotros teníamos un cuadrazo, y te reconocí flaco, cuando muy temprano en el partido Gustavito desbordó y ahí ya no vimos más nada porque nos fuimos todos a la mierda, en avalancha hasta el cemento, cemento y brazos, piernas y cemento y camisetas rojas y banderas, y todos nos tuvimos que imaginar ese centro rasante y todos vimos a Rambert meterla en el segundo palo, todos lo vimos, pero lo que mirábamos era una masa de gente y papelitos, hinchas del rojo tratando de hacer pie encima de pies, para pararnos y abrazarnos con cualquiera, si este tipo me dice que yo me acuerdo de vos flaco, que llorabas y me abrazabas como a tu hermano, porque si este tipo me reconociera luego de tantos años y se metiera en ese recuerdo estaría bien, porque ese recuerdo le pertenece. Pero quién es este tipo que ni siquiera quiere a unos colores, qué sabe si él es el Inspector General... ¡de qué!, de la concha de su madre... cómo se atreve a enredarse en sentimientos que le son tan ajenos...
Cuando terminaba de decir lo del paño y yo pensé en todo aquello, el Inspector dirigió su mirada a la barra del bar en donde dos hombres corpulentos vestidos con sendos trajes oscuros se acodaban. Uno de ellos lo miró y de inmediato se retiraron del bar.

09 junio 2012

74 metros


Setenta y cuatro metros mide un rollo de papel higiénico, casi tres cuartos de cuadra. El estándar, el clásico.
Verdades como esta se descubren a cada rato, a cualquier edad. A los diez años, en la casa de Chapu, en el barrio Aeronáutico. Chapu fue amigo mío de los seis a los quince años, de escuela, de club, de calle. Compartimos mucho tiempo, jugábamos al fútbol, encarábamos minitas (?), encarábamos cada uno nuestra pequeña vida más o menos parecido, éramos amigos.

La gran diferencia entre Chapu y yo era un giro de su muñeca; una gambeta escurridiza a último momento; cierto timing (léase instinto sobrenatural de la oportunidad) para zafar de sanciones de la educación pública o de demandas vecinales por desmanes privados; un agudo sentido para salir de sus apuros manipulando escasos recursos.

15 mayo 2012

A Cavallo regalador, no le dejen ni los dientes

Arde el mercado de pases, arden los mercados, arde Troya... ¡Arre Pingo!

Sí señores, vuelve Cavallo. El patrocinador de la deuda externa argentina, el As de la convertibilidad, el Señor del saqueo.
Al parecer el ex ministro de economía argentino, Domingo Felipe Cavallo, hace tiempo viene planeando el resurgimiento de su vida política, y muy probable es que la expropiación por parte del gobierno de CFK del petróleo argentino, que por su manejo estaba en manos de la petrolera española Repsol, haya herido sus más profundos sentimientos, haya sido la gota estatizadora que ha colmado su vaso privatizador.

Derecha a la manifestación

El Ministro del Interior Jorge Fernández Díaz anunció que el Ejecutivo ha decidido reformar el Código Penal, la ley de Enjuiciamiento Criminal y la ley orgànica de protección de la seguridad ciudadana. Lo justifica con la necesidad de luchar contra la “espiral de violencia” practicada por “colectivos antisistema” que llevan a cabo “técnicas de guerrilla urbana”. En el mismo sentido el Conseller del Interior catalán Felip Puig observa como necesario reformar el Código Penal para endurecer las penas por delitos de violencia callejera, para que “haya más gente que tenga más miedo al sistema y que no sea tan osada”. Además de las medidas legales, en Catalunya se iniciará un plan antiguerrilla urbana.

11 mayo 2012

Si Nike es la cultura

Hubo un tiempo en que el Marketing me pareció interesante, de hecho empecé a estudiarlo y podría decir que llegó a apasionarme. Las 4 P, las formas de llegar a la gente, mecanismos para inducir conductas de compra. Para colmo de bienes en ese momento también trabajaba en el departamento de Marketing de una tarjeta de crédito, por lo que lo que aprendía en la facultad, lo aprehendía y después lo aplicaba en mi trabajo diario. Los buenos resultados y sobre todo esta cuestión de aplicación práctica inmediata, que contrastaba con la masa teórica que recibí años antes en la Facultad de Ciencias Sociales de la UBA casi sin la posibilidad (a mi entender en ese momento) de aplicación pragmática en mi trabajo, me entusiasmaba mucho.

08 mayo 2012

El Hornero que habita en el metro cuadrado del 134, que va de Caballito a Avellaneda

Tengo en Facebook un contacto que es inversamente proporcional a mí, ¿cómo es esto? Bueno, es bastante más sencillo de como suena, Julieta, así se llama, vive en Buenos Aires y tiene como origen Barcelona.
La última vez que interactuamos fue cuando yo actualicé mi estado quejándome, sufriendo como una carmelita mi nostalgia, la excusa eran los nidos de Hornero, y el Hornero en sí, que en mi barrio abundan y en mi nuevo barrio no existen, pero en realidad sufría yo por la añoranza en general, no por el ave en particular, tango puro y duro, a lo que Peter de Vries me hubiera respondido, fumando pipa: "La nostalgia ya no es lo que era".

07 mayo 2012

No es tonta, lee al revés


Lucía Etxebarría no sabe leer o lee al revés. Digo esto porque quiero ser benévolo y no decir que es analfabeta o tonta, aunque este último adjetivo lucha entre mis dedos al teclear para atribuírsele como el que mejor le queda ¿Es posible que una escritora no sepa leer o que, en el mejor de los casos, lea al revés? Es posible, la serie de apariciones y/o declaraciones suyas en la red lo sugieren o, en verdad, lo gritan a los cuatro vientos.
En su cuenta de Facebook informó que no publicará más sus libros ya que se ha asesorado y llegó a la conclusión de que se piratean muchísimas copias más de sus textos de las que se venden de forma legal. A estas declaraciones respondieron de manera certera, entre otros,  Hernan Casciari y Enrique Dans.
Uno y otro escritor le dicen que no sabe leer o que está leyendo al revés: la cantidad de descargas no tiene relación proporcional alguna con (no atentan contra) la cantidad de libros legalmente vendidos; ambos la invitan a publicar sus libros en la red, maniobra que de seguro incrementará sus ventas. Dans además le sugiere que es poco serio criticar a los piratas que descargan sus libros, ya que algunos de ellos son sus lectores, en algunos casos después o antes de descargar su libro de la red lo comprarán, pero sobre todo carece de seriedad la acusación de piratería de parte de alguien que en dos ocasiones ha sido acusada (en ambos casos la acusación se resolvió como cierta) de plagio. Ambos escritores finalmente le indican que si su situación económica, su beneficio de las ventas de los libros está siendo tan desfavorable hasta el punto de llevarla a la triste decisión de dejar de publicar, le comentan digo, que revise los desfavorables contratos que firma con las editoriales.

Recién escuché en una entrevista a Eduardo Galeano una anécdota del escritor uruguayo en Suecia, que en una visita al país escandinavo se subió a un taxi en el aeropuerto de Estocolmo para ir a la ciudad, cuando el viaje terminó el taxista bajó del coche, quitó su maleta del maletero, se la entregó y le cobró allí, fuera del vehículo, Galeano se fue indignado por la muestra de sumisión y servilismo excesivo del trabajador en un país socialista, y cuando se reunió con sus amigos nativos se los comentó, aún con indignación. Sus amigos le explicaron que la acción del taxista justamente se debía a una ley socialista que bogaba por la salud del trabajador que en un empleo tan sedentario como aquel necesitaba para su beneficio físico descender del taxi en cada viaje. Galeano descubrió en ese momento que había leído al revés.

Esta semana con motivo de Sant Jordi 2012 Etxebarría se trasladó a la cuidad de Barcelona para firmar los libros que le compraron o le comprarán sus lectores, muchos de ellos piratas, muchos de ellos se asombraron al verla en la fiesta en la que se celebra la leyenda del libro, la flor y el dragón, la feria en la que las editoriales aprovechan para exprimir la fecha de ventas más suculenta, en esta fiesta se reúnen una inmensa cantidad de escritores que deciden publicar y vender sus libros y, oh sorpresa, Lucía quiso estar ahí firmando. Pero el último sábado sufrió una caída que le afectó dos dedos de ambas manos, se trasladó al Hospital de Sant Pau pero allí, por los recortes, no pudieron atenderla, por lo que no ha podido firmar, pero como Lucía (si bien no sabe leer o lee al revés) es portadora de ironía y espontaneidad inigualables, declaró con brillantez saliendo del paso y criticando duramente a los responsables de los recortes, que son los mismos que ella apoya en su postura por la aprobación de la ley Sinde, y dijo: "No podré firmar por los recortes. No ves la magnitud de estas medidas hasta que te toca. Tendré que conformarme con dar besos a mis lectores."
Desde varios sectores se le ha criticado a Lucía Etxebarría su constante uso de la doble moral, ya que además de contradecirse a cada paso no es descabellado creer que todas estas declaraciones y apariciones se deban a un intento de llamar la atención y de este modo incrementar sus ventas, a esto la escritora valenciana respondió: "Me llenaron el correo y el perfil de insultos, como puede uno beneficiarse recibiendo insultos". Por eso, Lucía no es tonta, es más, tiene un don, una habilidad, es especial, hace algo que es muy difícil, Lucía lee al revés.

20 abril 2012

La lógica de la contradicción

La suma de algunas contradicciones supone algunos resultados lógicos.



El gobierno español, los dirigentes españoles, quienes deberían decidir el destino de España, desde hace tiempo están entreverados en un cúmulo de contradicciones y, como es lógico, la población, quienes los votan y les pagan los salarios, están sufirendo las consecuencias.

13 abril 2012

Crisis y Oportunidad, etimológicamente maniatados

Mucho se ha dicho sobre que la crisis, según la etimología de la palabra, nos remite al término oportunidad. De algún modo esto es cierto, ya que en realidad crisis proviene del griego κρίσις (krisis), que a su vez proviene del verbo κρίνειν (krínein) que significa separar o analizar o decidir. De allí que la crisis nos obliga a pensar, a analizar y reflexionar utilizando un buen criterio, lo que nos pondría ante un momento oportuno para el cambio. Yo creo que más allá de la relación etimológica entre las palabras crisis y oportunidad hay ahí una utilización positivista de esa relación, que es real, pero que dicho por un amigo o por un contacto de Facebook creo que actúa como un "Vamos, más bajo no se puede caer, dale para adelante", seguido de un par de palmadas en el hombro, es decir se usa el mal momento (la crisis) para motivar la levantada (para promover la oportunidad).

Siguiendo el mismo razonamiento, pero en un sentido totalmente opuesto, es decir haciendo un uso negativista, los gobiernos y el sector empresarial utilizan estas mismas variables, crisis y oportunidad. Un gobierno, pongamos por caso el gobierno español de Mariano Rajoy, hace uso del termino y principalmente del concepto Crisis (así con mayúscula) para justificar todo tipo de acción y se ampara en esa palabra y en esa idea para dar pie a toda una serie de medidas coercitivas, recortes que faciliten su dominación. No hace falta dar ejemplos de este accionar.

Las empresas por su parte, de igual manera, usan la crisis para generar el fantasma que incrementa el beneficio que les suponen las medidas gubernamentales de recorte de los derechos de los trabajadores. Es decir que si yo soy propietario de una gran empresa (tampoco hacen falta nombres aqui) que en los últimos tres o cuatro años (los que vivimos oficialmente en crisis) he venido incrementando mis beneficios (porque sabemos que las grandes empresas no han perdido durante la crisis sino más bien lo contrario), minimizo costos porque las reformas de las leyes laborales así lo han dispuesto y, como si esto fuera poco, tengo plantillas de empleados temerosos ante el fantasma de la crisis. Así, yo empresario, estoy frente a una gran oportunidad.

Entonces queda claro que la etimología, la ciencia que estudia el origen de las palabras, no se relaciona sólo con la filología, sino que también atiende al analisis de la lingüistica histórica, es decir que hace caso al origen de las palabras y a las acciones de los pueblos relacionadas con esas palabras.
Así nos encontramos con que Crisis y Oportunidad son términos que sí están intimamente relacionados, y nos enfrentamos además con una realidad: Las crisis significan grandes oportunidades para unos pocos, esos pocos tienen mucho poder y harán todo lo posible para que esto siga así.



10 abril 2012

Caballeresco pacto de no caballeros

El delegado del Osasuna avisó en el vestuario del Athletic hace unas semanas: "Digale a Bielsa que no tiraremos fuera los balones cuando un jugador contrario caiga lesionado, salvo que sea claramente verdadero".
En el fútbol como en la vida los vacíos legales auspician suspicacias y picardías.
Cómo saber si el jugador caído realmente se ha lesionado o está especulando para sacar ventajas. Este es una escena que se repite cada vez con más asiduidad en el fútbol de todas las latitudes ¿El árbitro debe detener el juego según su interpretación? ¿El equipo que tiene el balón en su poder debe patearlo afuera?
En este aspecto el Fair Play se ha erigido como una regla tácita, como una ley borrosa, y sabido es que en cuanto se hace la ley la trampa empieza a ser mentada.
No dudo de la honestidad de muchos jugadores y técnicos en este tipo de acción, pero tampoco dudo de la falta de honestidad de muchos otros en este mismo tipo de jugada ¿Cómo se resuelve?
El equipo navarro que milita en la primera división española llego a una resolución, y así se lo comunicó a su rival minutos antes de que empiece el juego. Sin lugar a dudas, una caballeresca forma de presentar las credenciales de la no caballerosidad. El que avisa no es traidor.

El Mito (así con mayúscula)

El viernes pasado la fe sobrepobló las calles de Barcelona. Bueno, al menos abarrotó la calle Ferrán desde la plaza Sant Jaume casi hasta el cruce con las Ramblas. El Mito (así con mayúscula) invita a celebrar la muerte todos los viernes santos, de ser posible a las tres de la tarde. La imagén paraliza la celebración en la hora 20, cientos de fieles recuerdan en silencio la pasión del profeta, predicador, maestro, carpintero. Asimismo los feligreses guardan ayuno y se abstienen de comer carne como penitencia. En los rostros de algunos de los que asistieron a la celebración me pareció notar cierto temor de que el mito se cumpliera, que Jesús resucitase e hiciera un recorrido, real o a través de internet, por el panorama en el que se encuentran sus fieles, por el patrimonio (debe y haber) que presenta su Iglesia, me pareció ver que esas caras de temor mutaban hacia el pánico, pobre cristiano, me pareció que dijo alguno.
 De todas las procesiones que presencié la que más me impactó siempre fue la de la iglesia de San Cayetano, en el barrio porteño de Liniers, allí se acercan todos los años miles de fieles (cristianos y no cristianos) a pedir o agradecer al patrono del trabajo. En España ya va siendo hora de llamar a la escena al santo tan mentado en otros lares. Para quienes no lo saben el Padre de la providencia recibe los días 7 de agosto de cada año las peticiones de empleo. Favor de respetar el orden de llegada.



04 abril 2012

Caño, taco, gambeta y pasión.

Actualmente en el fútbol argentino convergen dos (o tres) fenómenos que, de la mano, le aportan (o devuelven) autenticidad a un deporte cada vez menos auténtico. Por un lado la tendencia al retorno de jugadores luego de su paso (en su mayoría fugaz e intrascendente) por el fútbol europeo; por el otro, la modificación de los calendarios (creación de la Copa Argentina, un torneo federal aunque no muy popular que intenta imitar la Copa del Rey española y la especulación sobre la necesidad de implementar un nuevo Torneo federal de primera división) y la decadencia de los grandes clubes del fútbol local, cuyo símbolo mayor es sin duda el descenso de River.


El primer caso puede subdividirse, a su vez, en dos grupos. El primer grupo (los menos) lo conforman aquellos jugadores que se desempeñaron durante años (con mayor o menor gloria) en clubes de Europa y que, en el ocaso de su carrera, deciden retirarse en el club de sus amores, o bien en la institución que los vio crecer (para lo cual muchos de ellos, de los jugadores, deciden inventarse una falsa afición por ese club, cuando en realidad los sabios y memoriosos recuerdan que sienten amor por otra camiseta), o simplemente en el club que mejor les pague (ejemplos: Ayala, Almeyda, Milito, etc.); el segundo grupo (claramente el más numeroso) lo componen jóvenes jugadores que tuvieron un buen torneo y fueron rápidamente vendidos para "sanear" deudas del club, a algunos de ellos les bastó con jugar bien cuatro o cinco partidos, en otros casos ni siquiera alcanzaron a debutar en primera, y en otros simplemente entraron en la negociación del pase de otro jugador, o en un pack de jóvenes promesas, terminaron jugando en Ucrania o en Qatar y volvieron a los quince minutos (en la temporada 09/10 fueron transferidos al exterior casi 1.800 jugadores argentinos).

El segundo caso, la modificación de los calendarios y la decadencia de los grandes, que bien podría verse el primero como consecuencia del segundo, tampoco queda exento de maniobras dialécticas ni dobles morales. Cierto es que con el descenso de River la segunda categoría ganó protagonismo, y que los equipos de la B Nacional comenzaron a ganar planos, participaciones mediáticas inéditas e inesperadas históricamente, pero vayan ustedes a explicarle Passarella, Aguilar, Israel, Ramón Diaz, Grinberg (and many others) al socio vitalicio número 130 de la institución de Nuñez, o a cada uno de los que piensan y sienten que la camiseta no desciende, que River está prestigiando la BN, o que expliquen los responsables de la decadencia de San Lorenzo y del resto de los grandes el deambular de sus equipos por las lindes de los fatales promedios.
La consecuente creación de la Copa Argentina (en la que cualquiera puede jugar contra cualquiera, de los creadores del Fútbol para Todos) y la especulación sobre la aparición de un nuevo torneo de primera división (38 equipos, todos contra todos, nivelando a los equipos de primera con los de la actual BN) va sin dudas en la misma línea: No importan los méritos deportivos e institucionales de los clubes que disputan las distintas categorías, importa, como siempre, el negocio, y con el monopolio del poder en las mismas manos de siempre y la impunidad total de esas manos para hacer y deshacer reglamentos, leyes y tradiciones con el fin de salvar, cueste lo que cueste, el negocio, éste seguirá siendo para esas pocas manos.


¿Cómo es, entonces, que estos dos fenómenos (el "Retorno" y la "Decadencia y Reformulación") le aportan o devuelven cierta autenticidad al fútbol local si, por lo dicho, queda claro que uno y otro son consecuencias de la corrupción, las malas gestiones y la desvirtuación de este deporte en nuestro país?
Lo cierto es que si lo hacen, es decir si autentifican el fútbol, es en el sentido más poético e intrascendente que pueden hacerlo. 


De muy chico, desde los seis hasta los doce años, jugué al fútbol en una sociedad de fomento de mi barrio, de nombre Irupé, jugábamos en la liga del Oeste y nos enfrentábamos a todos los equipos de la zona oeste del Gran Buenos Aires, siempre (al menos en mi categoría) con muy buenos resultados, de seis torneos que disputamos ganamos cinco y en el restante quedamos terceros. Entonces la sociedad de fomento pasó a formar parte de la la Liga Argentina. No jugábamos con equipos de otras provincias, pero sí con equipos de los distintos puntos del conurbano bonaerense, los campeones sí que, en otra instancia, jugaban fases regionales y por fin la gran final nacional, pero nuestra participación en la liga Argentina, a diferencia de lo logrado en la del Oeste, fue más bien tirando a mala. Es decir que habíamos ascendido, jugábamos a otro nivel, pero también nuestro nivel en la tabla de posiciones era otro bien distinto. 
No sé mis compañeros, pero en mi caso, aunque ya no levantaba trofeos de campeón, ahora jugaba frente a pibes que eran verdaderos cracks, a algunos de ellos pude verlos más tarde por la tele jugando para equipos de primera, a otros los pude ver en los diarios en transferencias a clubes de Tailandia para salvar los números de su club.
Y a esa mixtura (producto de esos dos fenómenos a los que me refiero más arriba) que me trasladó a esa otra mezcla de sentimientos que me produjo en mi infancia el ascenso de liga con mi equipo Irupe, es a lo que me quiero referir con una lírica devolución de autenticidad al fútbol. Yo pasé a cambiarme en vestuarios de mejor nivel, a ver como ahora eran electrónicos los carteles que contaban los goles (aunque fueran del contrario). Y aquí y ahora el presidente del club que enfrenta a River (que cuenta con un campeón del mundo que regala detalles propios de tal) explica en los principales medios cómo se ilusiona con hacer historia desde su lubricentro de Merlo, o el arquero de un humilde equipo cordobés cuenta sus sensaciones a la hora de enfrentar a equipos como Lanus (que también cuenta con un campeón del mundo que suele regalarnos detalles propios de un carnicero desquiciado). El remisero habilidoso y la estrella internacional, el mega estadio y el tablón del potrero. 
Mixturas que, pese a sus turbias procedencias, iluminan fugazmente algún balón. Si total en el fondo, y cada vez más en el fondo, el fútbol es simple y bello y se reduce al caño, taco, gambeta y pasión. 


02 abril 2012

Colores que se respiran


Cuando mi barrio se viste de colores me dejo caer en la calle, me deslizo en el pavimento, sí, porque en mi barrio hay mucho cemento. Era un pueblo, y con el tiempo... porque dicen que el tiempo todo lo empuja. Bueno, a mi barrio, que era un pueblo, el tiempo lo empujó, o tal vez se quedó quietecito viendo como todo el resto avanzaba hacia los cuatro puntos (sí, los cuatro, porque hacia el este también avanzó en forma de majestuosos hoteles) y al oeste, el resto, encastró con mi barrio, que era un pueblo, como una pieza de tetris. Y así quedó, con mucho cemento. Y ahora es complicado porque, ¿cómo se siembra pasto sobre el cemento? No. Entonces lo que hago, cuando mi barrio se viste de colores, es salir, me deslizo por el pavimento y doy la vuelta al perro, aunque perro no tengo, pero igual lo llevo, me voy hasta Encarnació y miro el cielo. Ahí mi barrio me sonríe en colores, a veces no entiendo de qué se ríe mi barrio, pero a las sonrisas coloridas de los barrios de cemento poco le importan las razones y se ríe. Entonces sigo y giro en Montmany, hice nada, unos metros, todos de cemento. Si mi perro, el que llevo, existiera, ahora se acercaría a uno de estos, cuento uno, dos hasta siete árboles pequeños y flacuchos se levantan en Montmany y con el mismo desparpajo con que ríe mi barrio ellos inspiran y expiran y a uno lo invitan, entonces uno inspira y expira y en mi caso, con mi perro, tengo en mente un aeropuerto, en sus góndolas perfumes, libres de tasas, cargados de ostento, grandes marcas, fragancias sofisticadas. Y respirando viene a cuento: ni grandes marcas ni espamentos, son los árboles de Montmany, siete de ellos, pase y vea, y respire, por supuesto, queda usted formalmente invitado, a mi barrio de cemento.

28 marzo 2012

Realismo tragicómico

Indignados, indignación, ¡Indignaos! Así en imperativo... En España la invitación a la indignación es una moda que no pasa de ser eso, una moda. No es que el pueblo no esté cansado, seguramente una parte de ellos lo está, pero de nada sirve que se reúnan en una plaza y se pongan originales con los cartelitos: "Manos arriba, esto es un atraco", "No somos mercancías en manos de políticos y banqueros", claro que no queremos serlo, pero lo somos, y para ser justos habría que agregar, a los políticos y a los banqueros, a los medios de comunicación. Porque, ¿de qué sirve la indignación de un pueblo si a los medios de comunicación se lo pasan por el forro de los calcetines y los lideres intelectuales de un país que se va a pique miran para otro lado?
Ayer un contacto de Facebook compartía una nota escueta pero bastante iluminativa de Jaime Ortega sobre la acción del gobierno argentino en el válido intento de recuperación del saqueo de la petrolera YPF. A Ortega le hice llegar mi satisfacción por su artículo y le agregué además una acotación por una frase suya en la que nos dice que "A pesar de que medios europeos, y particularmente los españoles, han informado de manera más o menos cabal de los acontecimientos..." 
Mi comentario fue: "Si buscas en internet información de los medios españoles sobre el tema, aparecen pseudo noticias que hacen referencia a la fluctuación de las cotizaciones y poca cosa más. En papel encontré ayer una nota en La Vanguardia, asco de diario, en la que un personaje llamado Robert Mur (Periodista nacido en Barcelona, afincado en Sudamérica como corresponsal que lo que tendría que hacer es dedicarse a la penya del orto del Barsa que preside en Chile), un títere que lo único que hace es desinformar guiado por los intereses del diario que a la vez sigue sin escrúpulos los intereses de los grupos económicos que manejan este país. Lamentablemente no tengo la nota en la red, porque me encantaría copiar y pegar o compartirla pero te puedo asegurar que es vergonzosa, como la mayoría de las letras periodisticas que llegan desde Sudamérica a España en forma de corresponsalías, y acá, por supuesto, se comen la pastilla."

Esta mañana intenté publicar un comentario en el blog de Mur en La Vanguardia pero fue imposible, la compuatadora me dijo NO, todo el tiempo, me recordó a cualquier intento de reclamo en Movistar o Vodafone, o peor, me sentí participando en uno de los programas de la serie británica Little Britain Computer say no.

El blog de Mur es vergonzoso, lamentable, y mi apreciación tuve que enviársela en un correo privado: No las tienen. Este tipo se piensa que porque se para un rato en La Pampa y deja caer la lapicera está haciendo realismo mágico. Mur, es muy alevosa la bajada de línea del diario en tus notas, sobretodo cuando te toca hablar de Cristina Fernandez. ¿Por qué, por ejemplo, no hacés una nota sobre las investigaciones que va a comenzar la juez Servini de Cubría sobre los crímenes del franquismo? ¿Que, no es importante? ¿O no lo es tanto como la repartija de melones en Mendoza? ¿Y eso es pan y circo? Te cuento que vivo en Barcelona y Pan y Circo y Realismo que nada tiene de mágico sino más bien tragimágico se vive en tu país cada día y como sabrás (porque en tu perfil dice que sos periodista) y si no lo sabés te cuento (porque yo no soy periodista, soy ciudadano y estoy informado) que esto va a más.
Lo tuyo, Mur, es indignante.
Este tipo es Robert Mur, y se cree gracioso o García Marquez, a cual no sé que es peor. 
Esta gente vende realismo mágico, hace realismo sucio, pero no en el sentido literario del término sino en el sentido literal. Y la gente, indignada como está, compra La Vanguardia, y se come la pastilla.

23 marzo 2012

Sueño: "El tereso intergaláctico"

Estoy en Japón, con Pancho Ibañez, que es mi amigo, se acerca una especie de cohete que está zarpadísimo en bueno, Pancho sabe mucho de cohetes, no obstante sigue sabiendo mucho de lacteos y deporte, me dice, mirá: el cohete se subdivide en cuatro cohetitos, cada uno hace una pirueta y saca humo, pero el humo no es de que están fundiéndose, es de que son muy sofisticados, yo miro, Pancho me mira con cara de ¿viste?, y me dice: "Ahora se va a transformar en forma de tereso intergaláctico", usa esas palabras. El coso se transforma en un tereso intergalactico y sale como chicotazo. Fin.


20 marzo 2012

Una argentinada

Es peligroso tener un HDP adelante. Más peligroso es tener delante a un imbécil o detrás o encima de uno. Esto transcurre en el patio de recepción del museo del Louvre, lugar muchas veces imaginado por mí, en mi imaginación lo visitaba, por fin iba, y una vez fui. Llegué con mi mujer, ella ya había estado por lo tanto su percepción distaba de la mía aunque nuestros placeres iban de la mano, como nosotros. El enorme playón de cemento se extendía despreocupado hasta que una gran pirámide de cristal se erigía contrastando modernidad con el arte antiguo que descansaba debajo, lo burdo con lo hermoso, escasos metros y un precio que me pareció razonable se interponían entre mi excitación y La Gioconda, que a priori acaparaba mi mayor interés, delante de la pirámide un laberinto de cintas estaba dispuesto para organizar a miles de visitantes que habían faltado a la cita puesto que además de nosotros había solo un puñado de gente amontonada en la boletería y dos o tres parejas que zigzagueaban guiados por las cintas intentando llegar a la entrada, al verlos entendimos que no nos quedaba otra que ingresar por el origen del laberinto para no burlar el orden de llegada y así lo hicimos. Cuando ya habíamos sorteado cuatro o cinco giros vimos como una familia tipo (hombre, mujer, niño, niña) levantaban el cordón a pocos metros del final, se nos adelantaban en nuestras narices. Impulsados por la ira apuramos el paso hasta acercarnos, entre tanto observamos en ellos características propias de holandeses o alemanes y recuerdo mascullar insultos a sendos países, a sus constituciones e idiosincrasias, me recuerdo también pensando en cosas que reforzaban mi orgullo nacional, honrando mis orígenes pampeanos, enalteciendo mi bondad cívica proveniente exclusivamente del legado que mi patria nos había atribuido a nosotros y a todos mis compatriotas. Cuando por fin estuvimos pegados a sus espaldas dejé salir mi odio en forma de algo que me pareció una aguda ironía: ¡Qué bien! Dije en perfecto español mirando ora a mi mujer, ora a los listos “adelantados” con los ojos inyectados de sangre rabiosa: Está muy bien enseñarles desde chicos, para que lo aprendan bien, para que sepan cómo manejarse en el futuro. Mi mujer me seguía el juego y entre ambos dijimos una serie de barbaridades que como suponíamos que los holandeses o alemanes no entenderían completamos con miradas inquisidoras y gesticulaciones casi amenazantes para que el diálogo o el monólogo alcanzara ribetes de entendimiento universal, intentando que nuestra queja se comprendiera en la Selva Negra o en las desabridas calles de Ankara. Así avanzamos unos cuantos metros juntos, los alemanes u holandeses adelante y nosotros detrás de ellos como dos lobos indignados, hasta que el padre de la familia, el jefe de la maniobra se frenó en seco y mirándome dijo en perfecto argentino, con inconfundible acento pampeano o criollo o porteño o santafesino: Pasá. Izó del brazo a su mujer que a la vez izaba de los hombros a sus hijos en lo que era un gesto familiar de cedernos el paso con tal de que menguaran nuestros improperios. Pasá me dijo. Con mi mujer pasamos, por supuesto que pasamos le dije y no podía quitarle los ojos de encima al padre de esa familia de compatriotas, unos ojos, los míos, que seguían inyectados de sangre pero que ahora alimentaban su expresión con una tristeza infinita, unos ojos dueños de la decepción del que se descubre traicionado por su hermano, por aquel amigo con el que ha brindado llorando de pena en interminables noches de dolor. La tristeza de los ojos de La Gioconda, entre el cordón perimetral de un patio de cemento gris como las vidas grises. Una vez delante de ellos mi mirada y la mirada de mi mujer se cruzaron queriendo ayudarse, sin lograrlo, idénticas vergüenzas nos abarcaron sin poder unirse aunque iban de la mano, como nosotros. Ya estábamos llegando a la caseta que nos vendería los tickets para entrar al museo y el silencio nuestro era antártico, el silencio del mundo era tan potente y denso como la capa que habita la superficie del río más contaminado de todos los ríos contaminados, sucio. Un silencio que se vería alterado por la última frase de la mujer, la madre que no fue alemana ni holandesa sino la mujer de mi amigo traidor, una frase compuesta por cuatro palabras y unos puntos suspensivos: “Y bue… una argentinada”.

Una vez en el interior del museo, tanto mi mujer como yo, que no quisimos desunir nuestras manos en una especie de pacto tácito de unión ante la vergüenza propia y ajena, buscamos La Gioconda. Cuando la encontramos coincidimos en varias apreciaciones. Por un lado creímos ambos que resultaba imposible contemplar una obra entre el incesante transito de cabezas, en su mayoría asiáticas, atiborradas frente al cuadro, cabezas cuyas bocas proferían un bullicio alcohólico que se complementaba con el rugir de cientos de flashes, como disparos, conformando un murmullo infernal; pensamos pese a las dificultades para observar en lo increíble de la mirada de esa mujer, pintada hace ya varios siglos, en lo frenético de la persecución que esos ojos hacían sobre los nuestros, se los mirara desde donde se los mirara; encontramos muchísimos rincones del enorme museo (incluso sectores donde no se expone ninguna obra, sino que la obra se conforma por la simple vista, o el mero aire, o el pequeño momento que transcurre mientras uno está ahí parado) que nos resultaron más valiosos que el cuadro de Leonardo; finalmente como punto fundamental del pacto silencioso que habíamos firmado con vergüenza en la puerta del museo nos comprometimos a avasallar nuestras mentes con todo lo bello que pudiéramos ver en nuestro recorrido para tapar, borrar o sepultar el sofoco que se nos había incrustado como un mal olor. Y lo conseguimos.


30 enero 2012

Vil metal


Siento la adrenalina del tobogán plateado. Intento agarrarme imaginando mis manos e imagino también mis ojos y mi boca que se abren bien grandes, si bien no podría describírselos, aunque dicen que tengo cara. Ahí voy… Libre otra vez... Pero quién puede llamar libertad a este manoseo de dedos descuidados y a la displicencia con que me tiran en esto que parece un bolso, en el que reposo, que huele a algo que alguna vez quiso imitar al cuero; a quién quieren hacer creer autónomo en el terremoto en el que me encuentro ahora, saltando sin sentido de un lado a otro de este bolsillo entre papeles mal doblados, un bolígrafo sin tapa, la tapa que aparece ahora, y una mezcla asquerosa de la que alcanzo a reconocer: trozos de papel minúsculos, migas de pan y (esto lo descubro totalmente perplejo) arena. Acabo de sentir la chicharra que anuncia el cierre de las puertas del metro y de inmediato mi portador se detiene, la calma vuelve. Creo que habito en una especie de morral con al menos dos compartimentos, alguien (supongo que el propietario, pero lo mismo me da) extrae algo de un sector en el que yo no estoy: imagino un libro. El andar es tranquilo, salvo por leves movimientos que atribuyo a las suaves curvaturas de las vías y que a mí me resultan armoniosos, será porque, si bien (como ya he dicho) este nuevo estado no es idílico, en mi anterior morada, esa caja metálica y electrónica, las horas o los días se hacen eternos, cruel espera en una pila de seres idénticos a mí, iguales en el peso, en el valor, en la tristeza. Pero no quiero recordar ya mi última reclusión en aquella máquina expendedora, que debe haber sido la primera, que espero que haya sido la última. Prefiero entregarme a la danza sutil férrea, la oscuridad del encierro me permite concentrarme en una música abstracta y sofisticada llena de vaivenes dóciles, hasta que una miga de pan de una décima parte de mi tamaño se posa sobre mí, se cuela a mi costado, me despista, me llena de rabia, me lleva a maldecir a aquel o aquellos que osaron atribuirle al pan bondad absoluta e infalible. Por suerte u obra de mi portador la miga de pan sale disparada hacia el extremo opuesto al mío, queda a mi lado la tapa del bolígrafo, pero no molesta, pobre diabla, ser parte de algo y carecer de importancia su existencia o su pérdida, porque qué humano se pone a buscar el remplazo de una tapa de bolígrafo…

El paso de mi nuevo dueño es apurado, escalón, escalón, este hombre sube de a dos los peldaños, tiene prisa o está loco, pienso. Acabada la ascensión (que para mí no fue otra cosa que una seguidilla de saltos epilépticos) mi portador parece seguir a buen ritmo, zigzaguea una y otra vez… ¡Oiga hombre! De repente un temblor tremendo que dura un segundo hace que salga despedida, golpeo contra un borde, resbalo a media altura y caigo en uno de los vértices inferiores del saco, la punta del bolígrafo embarrada de tinta me presiona y me mancha, y siento arena y mugre hasta la cintura que siempre quise tener, me siento ultrajada e infravalorada, como en una abrupta inflación, como en manos de un multimillonario, inútil, ignorada. Ahora, mientras seguimos a paso firme (mis compañeros ocasionales y yo, y quien nos lleva) fantaseo con exponerme al mundo exterior, con toparme con mis pares, me imagino participando de algún interesante intercambio comercial, siendo parte de alguna inversión o trueque que me regale instantes de luz y razón de ser. Mi portador se detiene y su bolso (es decir, nosotros) es depositado en alguna superficie. Así permanecemos un rato en un sitio calmo, en un rato de distención, se escucha un murmullo cuya sordidez se acentúa por lo hermético de mi aislamiento, sin embargo puedo captar algunos de los variopintos sonidos propios de una plaza o parque céntricos, alguien rasga una guitarra y canta o ladra con no poca pasión y cuando acaba se oyen tímidos aplausos cercanos a donde estoy, me exalto porque huelo la posibilidad de mi entrada en la acción, el bolígrafo, inerte, sólo despide un poco más de su pegajosa tinta, y su tapa, inexpresiva, sigue perdida en la nada de su ser, cerca de mí. No hay movimiento alguno en el bolso, puesto que la guitarra empieza a sonar otra vez junto con la voz rasposa y pasional, mi portador saluda y pide una cerveza, vuelve a extraer algo del bolso, o al menos siento al otro lado de esta negra pared movimientos que eso me sugieren. Ahora pienso en las dos posibilidades que tengo de ver la luz, de cambiar de mano: me veo recogido por el camarero, que me recibe como pago de una cerveza, me deposita en la caja registradora directamente o con paso previo por su riñonera, así surge la posibilidad de ser parte de un nuevo cambio para otro cliente o de acabar en las arcas del bar hasta el día siguiente, aquí veo un porvenir oscuro, un nuevo encierro; la otra opción es ser parte o la totalidad de la recompensa para el músico de voz rasposa, en ese caso el futuro es incierto, abierto a aventuras que no puedo imaginar pero que me seducen sobremanera. Pensando en mi destino próximo se desvanecen varios minutos, vuelven los aplausos espaciados, desganados, y la voz del guitarrista vuelve a aparecer, pero ahora en forma de diálogos agradece una y otra vez, acaso la terraza en la que creo que estoy desborda de generosidad, o bien este hombre opta por reconocer de igual forma a desprendidos y tacaños, lo cierto es que la compuerta o el techo de mi morada es abierto por los dedos desaliñados de mi portador que escarban, se llevan el bolígrafo (por supuesto no dan cuenta de la tapa que se pudre en la inutilidad absoluta) y cuando regresan, dos de ellos, índice y pulgar, me elevan e inspeccionan. En este acto no sólo logro recibir destellos de un sol violento que alcanza a rebotar en el cuproníquel que me conforma y en el rostro del monarca que me representa vitaliciamente, en ese par de ojos estériles que reflejan poder necio, también alcanzo a ver la expresión de mi portador que, luego de analizarme, declara la fugaz alegría de quién te ha subestimado y que ahora descubre tu verdadero valor. Esto me llena de gozo, aunque caigo en cuenta de que ese reconocimiento, sobre mi valor, es la única razón de mi retorno al saco, mi regreso al estancamiento. Un rato después se abre el cielo nuevamente y dejan caer al bolígrafo en el saco, su punta está limpia, inmaculada, además apunta hacia donde estoy y creo notar la cadencia en sus bordes de aquel que se siente realizado, del que ha cumplido con creces los requerimientos, noto como se engríe esa simple lapicera y me hundo en la envidia y el desánimo, al punto tal que paso por alto el ingreso en el bolsillo de nuevos habitantes, a mi lado descansa ahora un papel arrugado que me quintuplica en valor y más allá, amontonadas, unas cuantas piezas de metal, una de ellas sé que me duplica, las otras no alcanzo a reconocerlas con puntualidad pero por su color y tamaño son claramente inferiores a mí. 

La situación aquí dentro se torna ahora más compleja, mi atención en esta nueva dificultad no me permite comprender que estamos andando otra vez hasta que los indicios del movimiento se hacen extremos. Seguimos marcha pero sólo por un momento, nuestro portador se detiene, al parecer para observar un espectáculo. Llegan hacia el interior resquicios de una música que notoriamente no es en vivo, la calidad del sonido y el contenido son precarios por no decir nefastos. Pero aquí los aplausos son ensordecedores, se entrelazan con silbidos y bravos y ole y venga y se escuchan enhorabuenas, marcadas aprobaciones, se alienta a que continúen, el público desborda de entusiasmo, y hasta nuestro portador parece agitar sus palmas y nosotros nos bamboleamos al ritmo del festejo. Con él me encuentro otra vez, con sus dedos que vuelven a escarbar para atraparme, y esta vez, lo sé, es definitiva. Su dedo pulgar me levanta, una capa de mugre se aloja bajo su uña, el índice me presiona y entre ambos me ponen de frente con la sonrisa de un muchacho que ronda los treinta años, cuyos dientes, desprolijos y manchados, me expresan entusiasmo por el espectáculo y un leve, aunque decoroso, respeto por mí, ahora que me entrega. Para entregarme el muchacho de los dientes ambarinos se acerca hasta un sombrero gris, que hace las veces de recaudador, se inclina y me arroja con no poca destreza, yo doy un par de vueltas en el aire y caigo en el único pliegue que tiene el sombrero, quedo entonces en una posición privilegiada si esto se tratara de un anfiteatro cuya única grada es este doblez en el que descanso, a mis pies, si contara con ellos, en el foso del sombrero, se acumula el resto de la recaudación, que no es poca cosa. No es para menos, pienso después de ver como mi antiguo portador se pierde, siempre a buen ritmo, entre las muchísimas cabezas que colman la plaza, los artistas son unos virtuosos gimnastas, grandes malabaristas. Se trata de un grupo de cinco o seis tipos atléticos, cuyos rasgos aseguran su procedencia del norte de África y cuyo desempeño en el cemento de la plaza, claramente, es resultado de una práctica constante y concienzuda. Arranca uno de ellos la carrera, ejecuta uno, dos, hasta cinco rondó flic flac a una velocidad vertiginosa y cuando llega hasta donde se encuentran tres de sus compañeros, sin detenerse, los elude haciendo un salto mortal sobre ellos, y cae perfectamente, saludando. El público estalla en un rugido heterogéneo de aprobación. Así una y otra vez a medida que cada uno de los gimnastas realiza su carrera, los ejercicios que despliegan son similares unos a otros, salvo por alguna variación, todos empiezan con un grado de dificultad menor y lo van complejizando hasta que llegan a la gran carrera con el salto mortal que provoca la explosión de la gente reunida alrededor de los artistas, e incluso de muchos de los turistas que toman algo en las terrazas próximas. Cada tanto se acerca alguien que, antes de alejarse, deja algo de dinero, en varios casos no sin antes inspeccionar en el interior del sombrero la cantidad acumulada. Uno de ellos, un adolescente, o tal vez supere los veinte años, se acerca a dejar un billete, pero eso que está dejando no es un billete, a los ojos de un niño eso es un papel de colores, lo tira hecho un bollo en el interior del sombrero y con el mismo movimiento de la mano nos recoge, con una mueca y ojos inquietos nos secuestra, a mí y a otra pieza que me duplica en valor, los únicos pobladores de la grada privilegiada, y se va, nos vamos. 

Con paso nervioso nuestro raptor sale de la plaza, entre sus dedos veo como avanza unos metros y entra en un bar, de inmediato le pide cambio al que está del otro lado de la barra y le entrega su botín más grueso, el otro le devuelve dos iguales a mí, y las tres bailamos una danza histérica entre sus grasosos dedos, nos contempla posadas en su palma, como intentando encontrar alguna diferencia entre tres seres iguales, como consultándonos cuál de nosotras será la primera voluntaria. El tipo está frente a una máquina tragaperras y nos piensa encerrar ahí, en realidad debe pensar que dejándome a mí, o dejando las tres, la máquina le devolverá muchas más, que nos multiplicará. El alquimista idiota aquí presente no sabe que la casa siempre gana, que el propio nombre de la máquina indica el fraude, pero no pienso quedarme a observar su decepción, y mucho menos quiero quedarme prisionera de un nuevo aparato, éste de colores. Entonces sumo todas mis fuerzas y las concentro en la idea de una huída, y no sé si por la densidad de mis pensamientos o por la torpeza de sus dedos intranquilos, logro deslizarme por el canto de su mano y caigo contemplada por unos ojos enfermos, golpeo en la punta de su zapatilla y salgo disparada por debajo de la máquina, quedando entre pelos, tierra y papeles junto a la pared. Pasan unos instantes en los que veo la sombra de mi raptor en lo que seguramente es el derrotero de su búsqueda, pero parece que desiste, se oyen caer a las otras dos por pasillos metálicos y finalmente la máquina de colores le indica que la casa ha ganado. Escucho, refugiado entre la basura acumulada durante días o años aquí abajo, como golpean dos veces el trasto en un último intento desesperado y luego nada más. El bar tiene un ventilador colgante, desde donde estoy veo la sombra de sus aletas que se refleja en el techo y después en la pared, una vez, y otra vez, y otra vez.


19 enero 2012

Mais perigoso que um peido de camelo‏

Tenho poucos registros de meu avô, nos vimos pouco, morreu quando eu apenas caminhava. Mesmo assim duas expressões que ele dizia ficaram na minha memória. Uma era de um tal Russel e ele a repetia maquinalmente: “O conhecimento deixa de ser um espelho mental do universo para converter-se em um simples instrumento para manipular a matéria”. A outra era dele e parecia proferida desde o fundo dos seus sentimentos: “Mais perigoso que peido de camelo”. Ambas as frases fui recordando ao largo dos anos sem entendê-las, mas respeitando-as por algum motivo, talvez por serem o curto legado que meu avô me deixou.  A frase de Russel me vinha à mente toda vez que via um quadro que havia em casa, junto a uma excelente e desmantelada biblioteca. O quadro representava uma imagem de Einstein, que com sua melhor cara de pinguço custodiava a frase: “A imaginação é mais importante que o conhecimento”. Enquanto Russel definia o conhecimento, Einstein dava mais importância à imaginação, uma frase me transladava à outra e eu, desconcertado, as contrastava sem chegar a outro resultado que a simples lembrança do meu avô. Da outra frase, a do camelo, eu me lembrava sempre que um peido aparecia em meu universo, sendo próprio ou alheio, e eu imaginava um animal lento e corcunda, lançando flatulências mortais como o fogo que um dragão emana de sua boca.
Um dia, já mais velho, me vi no Egito, na parte mais austral do país, em Assuã. Fiz um trajeto de poucos quilômetros montado em um camelo para visitar a comunidade dos Núbios, lendários e amistosos. Na véspera não pude pensar em outra coisa mais que nos peidos que soltaria o meu camelo e nos seus efeitos, mas uma vez que parei frente a ele para tentar montá-lo, tive que por todo meu medo na altura do bicho e na estreiteza do caminho à frente.  A travessia terminou sem acidentes e, ou foi o camelo que não soltou nenhum peido, ou fui eu que não percebi. Comecei a pensar que aquilo não era mais que uma frase do meu avô que, até onde eu sabia, nunca havia cruzado com esses animais mais que na sua imaginação, e assim a imagem do meu avô se desprestigiava, apesar de que ele mesmo desde a memória se justificava com a frase de Einstein, já que mais importante que havê-los conhecido é que os haja imaginado.
Há alguns dias, graças a um pequeno artigo do jornal ADN acudiram a mim todas essas recordações de um golpe e com elas a reivindicação de meu avô desde onde quer que esteja. O artigo se intitulava: ”Exterminar o camelo como forma de frear as mudanças climáticas”, e ainda que o título por si já fosse explícito, o conteúdo terminava de despejar qualquer dúvida. Começava: “Aos grandes males, drásticos remédios” e logo explicava que as flatulências dos camelos selvagens contribuem ao efeito estufa, que por ano um camelo emite uma tonelada de CO². Mas pelo que parece que estes animais tão daninhos têm os dias contados, ao menos na Austrália, já que a empresa Northwest Carbon planeja matá-los de helicópteros e veículos 4x4, e depois processar sua carne para alimentar animais domésticos e de granja. Eu me lembrei de meu avô, sem dúvida um visionário. Além disso, começaram a ressurgir em minha mente notícias que haviam chegado a meus olhos e ouvidos através dos meios de comunicação sobre a importância do conhecimento, e sobretudo a importância da imaginação daqueles que, manipulando certa informação, nos nutrem de conhecimento deturpado. Me lembrei de uma nota que li em Voltairenet.org, na qual se explica que “Os piratas somalis são pescadores em luta contra o saque ocidental da pesca de arrasto e a descarga de lixo tóxico”. Recomendo a nota, que ilumina muito sobre um tema de que tanto falaram os meios de comunicação ocidentais, desde outro ponto de vista, claro, acudindo à imaginação para deformar a informação, para contaminá-la. Mecanismo idêntico utilizaram os meios ianques com o 11 de setembro: Criar um mito, inventar um inimigo para justificar suas ações. O mesmo fazem os meios espanhóis nestes dias para justificar as agressões policiais e minimizar a ação de um povo indignado.
Talvez seja hora de utilizar a imaginação, nutrí-la de conhecimento e analisar tudo fazendo uso do mais simples de nossos sentidos, o sentido comum. Ou talvez seja hora de eliminar os inimigos que botam em perigo nosso meio, a começar pelos camelos. Claro que isso seria mais perigoso que um peido de camelo, porque em uns anos poderiam nos dizer que a flatulência humana emite mais CO² que um BMW.


Traducción de Juan Nahuel

16 enero 2012

No estaba muerto.


En este país, como en todos los países, el muerto es fácil de admirar, y el muerto es fácil de criticar, como nunca en vida lo hubiésemos admirado, como nunca en vida nos hubiésemos animado. La cosa funciona más o menos así: El muerto vende más discos, porque el muerto pintaba como nadie, el talento del muerto sólo es comparable con otros muertos, iguales de grandes. Hasta hace un par de horas pensaba que con el muerto hijo de puta funcionaba igual, es decir: El muerto hijo de puta antes de muerto es un tipo jodido, y una vez muerto es el gran hijo de puta.
Los ejemplos confirman el primer caso y descartan el segundo.
Amy Winehouse antes de julio del año pasado era una preciosa voz que gozaba de respetable fama y sonaba con asiduidad en diversos medios. Después de su muerte pasó a ser LA voz de la última década, o del último decalustro, pasó a formar parte del club de los 27, sonó en cada sitio donde pudo sonar, etc.
Manuel Fraga hasta hoy era un gran hijo de puta, pero sus delitos, cometidos hace más de veinte años, quedaron impunes, silenciados, olvidados, por ende Manuel Fraga no sólo no fue enjuiciado y preso y además esa condena como no existió, como nunca se persiguió, nunca fue tampoco legitimada por el pueblo, es decir por el panadero, por mis amigos, por mis contactos del Facebook.
¿Qué pasa cuando muere el gran hijo de puta que no fue condenado? Lo que sucede es que la totalidad de los medios honra su memoria; un gran número de seguidores realiza homenajes en todo el país; tibias voces críticas recuerdan que fraga estaba vivo y gozando de la impunidad y el salario que el Estado le estuvo pagando hasta el último de sus días; tibias voces críticas se animan a decir: “Se acaba la vida del oscuro personaje”, “Hay que admitir que era cultísimo, aunque también era un gran H de P” “A mi Fraga me caía mal”, y cosas por el estilo.
Recuerdo el día que leí (aquí en Barcelona) en el diario la noticia sobre el encarcelamiento de Videla, ese día me encontré con un amigo en mi trabajo, o pasé a saludarlo por el bar donde él trabajaba, no lo sé, de cualquier modo cuando nos vimos yo le dije, o el me dijo: ¿Viste?, entonces uno de los dos respondió: Si, lo vi. No agregamos nada más, enfrentamos nuestras sonrisas y de ese cruce surgió una luminosidad irreal, una alegría que no es de este mundo. En este mundo, hoy, es un día muy triste, hoy murió Fraga, y ahora ya se fue, ahora no podremos hacer más nada.

13 enero 2012

"Ohhh... sólo tiran centros..."


De muy niño me gustaba la liga inglesa de fútbol, veía los partidos en la tranquilidad del sábado, o tal vez eran en domingo, pero a mí me suenan a sábados por la tarde. Hace un par de semanas tuve el privilegio de encontrarme en un bar británico, en una de esas pantallas que se despliegan en la pared tapando la decoración pasaban en vivo el choque Bolton-Blackburn
 Rovers, y me pareció muy adecuado como acompañamiento de cervezas y sopas de espinacas. La noche fue perfecta pero el encuentro futbolístico en sí fue un bodrio. Pensé: qué mal se juega al fútbol en este país. Pero después, o antes, descubrí que los equipos que se enfrentaban eran el último y el penúltimo respectivamente, o no, como si ese dato fuera importante. Así, la pobreza de la Premier League quedó justificada por la mediocridad de los elementos de la muestra. Hace unos días, en uno de los primeros partidos del año, se enfrentaron el Manchester City y el Liverpool (el puntero y uno de los animadores históricos de la liga), y estos muchachos no juegan a nada. Creo que esta segunda muestra es mucho más representativa que la del bar británico; creo que cuando tenía la edad aquella en la que disfrutaba de los partidos ingleses de sábados por la tarde también tarareaba con cierto placer las cumbias que sonaban en las ventanas de mis vecinos de enfrente; no creo en la frase Todo tiempo pasado fue mejor, no creo en el tango, ni aquellas cumbias ni aquel fútbol eran buenos; creo que la apreciación de una mente sana y motivada está destinada a evolucionar, no es el caso de gran parte del resto de las cosas de este mundo; creo que el hecho de que los rioplatenses inventaran el tango no los perpetua a ser quienes irremediablemente mejor lo hagan, podría pasarles lo que a los ingleses: de inventores del fútbol a creadores de bodrios futbolísticos.
Por Augusto Remo